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Resumo

Educação para o plurilinguismo: as possibilidades com as abordagens plurais

A língua portuguesa (língua histórica, com sua complexa diversidade) é falada por cerca de 260 milhões de pessoas (3,7% da população mundial), sendo a quarta língua materna mais falada do mundo. (Instituto Camões, 2022) No Brasil, país com uma população estimada em 206 milhões (IBGE 2023), o português é “língua materna da quase totalidade dos habitantes deste país”. (Bagno, 2014) Pois, por mais que seja língua oficial-nacional não é, necessariamente, a língua materna de todos os brasileiros, mas de grande parte da população do país. Diferentes e complementares fatores político-sociais brasileiros como o passado e o recente crescimento econômico do Brasil, sua política de recepção a estrangeiros, como a última Lei da Anistia Migratória, lei no 1.664/2009, que autoriza a regularização de estrangeiros que viviam ilegalmente no país (para citar alguns exemplos) tem feito com que o Brasil seja notoriamente reconhecido como um país de acolhimento a imigrantes/refugiados. Para ilustrar em números de acordo com (Pereira, 2017, p. 110): “Em 2010, o contingente de imigrantes chegou a 70 mil, [...] as solicitações de refúgio chegaram, em 2015, a quase 29 mil, conforme dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) (2010).” Com esses movimentos sociais, naturalmente, o cenário linguístico brasileiro é de forma dinâmica redesenhado. Tendo, assim, como um dos lócus sociais de transform(ação) o domínio da escola. Pois, o português é a língua meio de instrução dos componentes curriculares de alunos que ainda não a aprenderam e/ou estão em processo de aprendizagem/aquisição da língua. Este acontecimento emerge a necessidade de se pensar sobre o lugar das línguas nas escolas, e a postura, desenvolvimento de habilidades plurilingues (de professores e alunos imigrantes/refugiados ou não) em que, uma abordagem plurilíngue do ensino de línguas implica “pensar o ensino e a aprendizagem de forma sinergética e integrada, promovendo zonas de transferência entre diferentes conhecimentos linguísticos, declarativos e processuais já adquiridos pelos aprendentes.” Melo-Pfeifer (2020, p.22) Destacamos, assim, a notória e emergente necessidade de se compreender os processos de ações pedagógicas dos docentes, e as relações didático-pedagógicas que configuram na percepção e as atitudes do grupo docente, discente em relação à diversidade linguística nas escolas brasileiras. E, a partir da compreensão de tal contexto, trabalhar na promoção da formação docente para instrumentalizá-los, através do trabalho com as abordagens plurais (Candelier, 2007) para um trabalho em prol da educação plurilinguística “pautada na sensibilização perante as suas línguas e as do outro, mas sem deixar de investir nas diferentes habilidades que podem ser desenvolvidas a partir de uma língua” (Horst, Krug, 2020, p. 1278), pensando, assim, no conjunto de indivíduos envolvidos nessa rede que envolve o domínio escolar, focando docentes e discentes como um todo (imigrantes/refugiados ou não). Pois, “a cultura linguística brasileira, pode-se dizer, é ainda fortemente monolíngue e elitizada” (Broch, 2014, p.16) e precisamos, através do repertório de conhecimentos produzidos pela linguística, oportunizar e apoiar a promoção de práticas favoráveis a uma educação plurilinguística, para que nosso país não repita, em ambiente escolar, equívocos do passado, com línguas de imigração de outros momentos históricos que chegaram ao Brasil.

Ademais, destacamos os indivíduos surdos, que igualmente não tem o português (uma língua oral) como língua materna, mas sim uma língua sinalizada (a LIBRAS, a título de exemplificação), no caso do Brasil. Além de propostas de comunicações voltadas à realidade do Brasil, experiências de outros países lusófonos, são especialmente bem-vindas, considerando, também o português em contextos multilíngues e fenômenos que germinam destes contatos, tais como: borrowing, code-mixing, code-switching, code-blending, translinguagem e perspectivas de ensino a partir das abordagens plurais, pois, segundo Andrade; Lourenço e Sá (2010, p. 70) “a universalização do acesso à educação, os movimentos migratórios recentes e a rede global de comunicação, entre outros factores, trouxeram para o interior das escolas uma grande multiplicidade de línguas e culturas, (CNE, 2008), com os quais a educação escolar deverá saber lidar quotidianamente, de forma a garantir a equidade e o desenvolvimento pleno das potencialidades de que cada criança é portadora (UNICEF, 1989; UNESCO, 2001).”

As propostas devem ser enviadas para os e-mails de Cristiane Horst e Simone Raquel Bernieri até dia 30 de abril de 2025:

Cristiane Horst: cristianehorst79@gmail.com

Simone Raquel Bernieri: simonebernieri@estudante.uffs.edu.br

 


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